As doenças senis são reversíveis?
23 de Janeiro de 2015 | TratamentosDiagnóstico diferencial e adoção de acompanhamento psicológico e físico, paralelamente ao médico, aumentam a expectativa e a qualidade de vida do idoso
Apesar de as demências irreversíveis como o Mal de Alzheimer - que atinge 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos no país, pelos dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz)-, representarem cerca de 80% de todas as demências, de 10% a 20% destas são potencialmente reversíveis ou passíveis de serem tratadas.
A análise clínica baseada nos sintomas e na queixa do paciente é insuficiente para o fechamento de um diagnóstico adequado o que, muitas vezes, pode levar a equívocos na conduta terapêutica adotada.
Na avaliação da dra. Edinalva Borges, psicóloga especialista em Neuropsicologia, é importante fazer uma avaliação neuropsicológica para detectar possíveis perdas cognitivas, adotando uma conduta terapêutica diferencial para cada caso, com foco na reabilitação da saúde física e mental do paciente.
“A avaliação neuropsicológica é necessária para descartar as causas reversíveis da doença como por exemplo, quadros de depressão que podem simular demências, alterações de memória e orientação e até mesmo questões financeiras que podem estar associadas ao desgaste e ao stress em pessoas idosas”, explica a neuropsicóloga.
Não são raros os casos de demências potencialmente reversíveis que podem determinar a internação de pacientes que poderiam ter sua saúde mental e física recuperada, se tivesse sido adotada uma terapêutica de reabilitação cognitiva e física com acompanhamento de profissionais especializados em neuropsicologia bem como de um psicólogo. A avaliação cuidadosa pode evitar desfechos trágicos no destino de muitas dessas pessoas.